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Não Ao Futebol Moderno #31: Burocracia

No jogo da última quarta, contra o Millonarios pela pré-Libertadores, após um primeiro tempo sonolento, o time do Atlético voltou ligado no segundo tempo, abriu o placar cedo, ampliou e fechou o caixão colombiano com uma divindade do Hulk. 3×1 no placar final e a classificação garantida naquela que foi, para muitos analistas, a melhor apresentação do Galo nesse ano.

Contra o Athletic pela semifinal do Mineiro, mais uma exibição burocrática no primeiro tempo, essa ainda pior do que a anterior, e quando muitos achavam que o time voltaria em grande forma após o intervalo, um tremendo engano. Apático, sem motivação, sem arriscar, o Atlético fez um gol por causa de uma lambança da zaga, se apoiou no regulamento dos resultados iguais e assim foi até o final do jogo.

Apesar das duas classificações na semana, esse futebol burocrático precisa acabar o quanto antes. Irrita o torcedor, não é efetivo dentro de campo e é muito perigoso. Quando enfrentarmos equipes mais fortes, poderemos passar um perrengue completamente desnecessário.

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Direto do Forno · Música

Protomartyr e Angel Olsen

É difícil acompanhar as novidades sobre o Protomartyr, porque a única conta oficial dos caras é no Facebook, rede social que não uso há anos.

Mas hoje tive a grata surpresa de receber uma notificação deles pelo Bandcamp, informando a chegada de Formal Growth In The Desert, sexto disco de estúdio da banda, que sairá pela Domino no início de junho de 2023.

O primeiro single deste novo trabalho é justamente a faixa de abertura, “Make Way”, canção que começa lenta e aos poucos vai ganhando força, acompanhada de um videoclipe interessante e enigmático, algo que já é corriqueiro nos lançamentos do conjunto (lembra desse?).

Outro nome forte do cenário atual que divulgou um novo trabalho hoje foi a Angel Olsen.

Mantendo a constância de um lançamento por ano, a artista anunciou o EP Forever Means, contendo quatro faixas gravadas nas sessões de seu último álbum, Big Time (2022), mas que não entraram no disco.

Melancólica e com um vídeo pra lá de nostálgico , “Nothing’s Free” nos dá o primeiro gostinho de Forever Means, que será lançado por completo no dia 14 de abril, pela Jagjaguwar.

Garimpo · Música

Bardo Pond

O Bardo Pond foi fundado em 1991, mas só no ano passado é que fiquei sabendo de sua existência, graças ao relançamento do debut da banda, Bufo Alvarius (original de 1995), pela Fire Records. Psicodélico, espacial, repetitivo e longo, o disco, hoje, é presença constante nas minhas audições diárias.

Em dez de março deste ano, também pela Fire Records, chegará às lojas Volume 3, um raro compilado de jam sessions da banda, lançado originalmente em 2002, em uma série de oito volumes. É tão raro que nem no Youtube eu encontrei. Outros volumes, como o V e o VI, consegui achar.

O primeiro pedaço oficial do Volume “Lomand”, faixa com dezesseis minutos de feedbacks, distorções e pura improvisação. Uma verdadeira viagem especial.

Direto do Forno · Música

Makalister – FILHOS (Single)

Com certo atraso, ouvi “FILHOS”, último single do Makalister, e mais uma vez fiquei emocionado e com os braços arrepiados. É impossível não se identificar com seus versos, arrancados do âmago de suas entranhas e que tanto refletem no cotidiano de pessoas comuns, que lutam diariamente contra os deveres profissionais, financeiros e contra os demônios do eu.

“As letras são minhas,
as canções são do povo.”

Não apenas suas letras estão amadurecendo, como também os seus vídeos, cada vez mais belos.

Um artista aqui da “cidade que mais cresce no Brasil” postou em seu Twitter que ele “não tanca quem chora lendo livro”. O tal artista se diz rapper. Ao meu ver, rap e literatura andam lado a lado. Pelo visto, a ignorância também ronda nesse meio e vez ou outra, dá as caras.

Deve ser por isso que alguns falam “tanco”, enquanto outros emocionam outros.

Direto do Forno · Garimpo · Música

Quatro Projetos Nacionais

Quatro projetos nacionais recentes para ficar atento nos próximos anos:

A ideia do Quebra Asa, da Geração Perdida de MG, é bem interessante: os músicos se reúnem no estúdio e vão construindo um disco do zero, criando as linhas instrumentais aos poucos, improvisando vocais até o resultado final.

O Volume 1 desse projeto foi composto por Fernando Motta, Jonathan Tadeu e Vitor Brauer, os nomes mais fortes do movimento. São canções pesadas e experimentais.

O dozaj é também um trio (Fernando Dotta, Gabriel Arbex e Luccas Villela), mas aqui o som é instrumental. Quando ouvi o primeiro single, “parede alta vista curta”, fiquei encantado, porque não sou muito fã de rock instrumental. Com uma pegada que abrange do Nirvana ao início do post-rock (Slint, Rodan, etc), é um ótimo disco para ser ouvido de cabo a rabo.

Indo para o Rio de Janeiro, conheci o Amefrican Grunges por causa do nome, que achei interessante. Ao ouvir esse EP autointitulado, meus ouvidos entraram em um transe sem fim. São apenas cinco músicas, mas com uma infinidade de influências que, mesmo tão diferentes, casam muito bem. É como se Jimi Hendrix e Robert Johnson baixassem no RJ e tivessem um encontro com a Black Rio e alguns dos medalhões do samba.

Finalizando, o terraplana é para os fãs de shoegaze. Vocais etéreos, camadas e camadas de guitarras e uma bateria marcante. Enquanto o projeto não lança um disco, curta os dois singles já lançados abaixo.

Direto do Forno · Garimpo · Música

Sprints – Literary Mind (Single)

Geralmente, não gosto e acho um baita caça-níquel quando bandas ou selos lançam singles cujos lados b são apenas variações da música principal, como remix, remix do remix, faixa editada para o rádio, versão demo, etc. Mas mordi a língua quando dei uma chance para o single “Literary Mind”, da banda irlandesa Sprints.

“Literary Mind” é um pop-punk enérgico e com um refrão grudento, desses que poderiam tocar nas rádios facilmente. A versão ao vivo é ainda mais divertida, e a remix animaria uma festa numa boa.

Sprints é mais uma prova convincente para calar aquele amigo que enche o peito para dizer que não existem bandas boas na atualidade.

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Não Ao Futebol Moderno #30: Carabobo

Não, Carabobo não é o adversário que o Galo está enfrentando na pré-Libertadores. Carabobo sou eu e todos os torcedores que ficaram acordados para assistir um time apático, sem vontade, sem garra, sem gana, andando em campo, errando passes ridículos, sem saber furar o bloqueio de um time nitidamente inferior ao nosso.

E também já podemos cornetar o Coudet, que insiste em jogadores que não rendem NADA em campo e demora para fazer as substituições.

Aquela postura do jogo de quarta é inadmissível para um clube que precisa se reerguer financeiramente e enfrentar os rivais nacionais de igual para igual.

Amanhã tem clássico contra o América e pouco importa o resultado. É provável que um time alternativo seja escalado. Na próxima quarta-feira é que o futuro do Atlético será definido para essa temporada, e admito, estou com um pouco de medo. Afinal, se aquele Carabobo faz um gol e se fecha, pela exibição do jogo de ida, duvido muito que esse time consiga reverter um resultado.

Direto do Forno · Garimpo · Música

Day of the Lords

“Day of the Lords” é a segunda faixa do mítico disco de estreia do Joy Division, Unknown Pleasures, de 1979. Pesada, suja e melancólica, é uma das canções que melhor resumem toda a originalidade do quarteto britânico, que praticamente criou um novo estilo musical.

No início dessa semana, estava colocando algumas audições em dia enquanto organizava o meu quarto “anti-gatos”, quando ouvi um riff conhecido: era um cover de “Day of the Lords” pela banda de stoner/psych rock Jack Harlon & The Dead Crows.

Contextualizando, o conjunto australiano soltou, na semana passada, um disco de versões chamado Hail to the Underground, contendo covers de algumas bandas favoritas do vocalista Tim Coutts-Smith, como Bauhaus, Melvins, My Bloody Valentine, etc., todos com uma pegada mais pesada e psicodélica. Destaco “Day of the Lords” porque manteve a sensação claustrofóbica da original, mas com distorções mais sujas e elementos viajantes, além do vocal rasgado, que difere do barítono de Ian Curtis.

Em 2021, o projeto Saudade, de Chino Moreno, também fez um cover dessa música, com D. Randall Blythe (Lamb of God) nos vocais. Lembro que ouvi bastante na época do lançamento. Veja o videoclipe abaixo.