Hoje a cidade está dominada pela água, pela lama e pelas nuvens acinzentadas.
Uma chuva da porra no oeste baiano. Durou a noite inteira e parece estar mais forte agora pela manhã. A rua parece um rio, um rio de lama.
Tive que parar para abastecer, por isso atrasei para o trabalho. O cartão não passou, fiquei assustado e sem entender. Tem limite no crédito, mas mesmo assim não foi. Tive que passar no débito. Cem reais de gasolina. Nem quinze litros.
Quando tocou “Miss America” no carro, lembrei de Alta Fidelidade, do Nick Hornby. Aquele clima nebuloso inglês, onde a história se passa, combinou com a música. Fez mais sentido ainda porque li o livro em uma época nebulosa de minha vida. O que não faz sentido é eu associar o nebuloso com algo triste, já que dias nublados são perfeitos para mim.
Li em algum texto que ela é uma canção “Syd-Barrettiana”, algo assim, e isso também faz todo sentido. É só ouvir o The Madcap Laughs (1970).
Se o Blur quis homenagear os ingleses em Modern Life Is Rubbish (1993), em “Miss America” eles conseguiram representar um dos nomes mais importantes da história da música deles.
Um oeste baiano inglês. Quem diria.