Língua Presa · Não Ao Futebol Moderno

Não Ao Futebol Moderno #17: A Tal da “Superliga da Europa”

Não vou entrar em detalhes sobre o “clubinho da soberba” que resolveu criar uma liga própria lá na Europa, pois existem matérias suficientes que explicam essa patacoada. Mas acho, no mínimo, engraçado que o seleto grupo dos chamados “doze grandes” daquele continente tenham o Manchester City, Arsenal, Tottenham e o Atlético de Madrid, quatro times que jamais venceram a Champions League, sendo que um deles só “cresceu” graças à injeção de grana estrangeira.

Uma rápida pesquisa na internet e podemos encontrar:

Borussia Dortmund – Campeão em 1997;
Ajax – Campeão em 1971, 1972, 1973 e 1995;
Porto – Campeão em 1987 e 2004;
Benfica – Campeão em 1961 e 1962
Olympique de Marselha – Campeão em 1993;

E por aí vai. A lista é enorme, até o Estrela Vermelha, um tradicional clube sérvio, já levou esse troféu. Tudo bem que alguns clubes perderam a relevância e a força com o passar dos anos, mas tradição não se apaga. Esses magnatas intrusos do futebol atual precisam entender que esse esporte não nasceu na última década.

Espero que esse torneio fajuto jamais venha a se tornar real.

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Garimpo · Música

Garimpo: The Jesus and Mary Chain & Hope Sandoval – Sometimes Always (Ao Vivo Na MTV, 1994)

É sempre bom quando uma banda ou artista coloca alguma entrevista, apresentação, videoclipe ou qualquer outro tipo de material em seu canal registrado do Youtube, pois dá um ar de oficial àquele material.

Em 1994, o The Jesus and Mary Chain lançou o disco Stoned and Dethroned e Hope Sandoval, do Mazzy Star, colabora na canção “Sometimes Always”. No mesmo ano, eles se juntaram no palco para uma performance na MTV.

Ano passado, o parceiro de Hope no Mazzy Star, David Robeck, faleceu de câncer, e como forma de homenageá-lo, o The Jesus and Mary Chain disponibilizou o vídeo da performance citada acima.

Hope Sandoval e os irmãos Reid são a prova de que a apatia/timidez em cima de um palco também rendem ótimas apresentações.

+Filmes · Língua Presa

VOGLIO UNA DONNA!

Amarcord foi o primeiro filme do Fellini que assisti, e por sugestão de uma amiga, encarei-o sem ler a sinopse. O resultado foi de uma surpresa sem igual, afinal, não esperava um filme tão engraçado e cheio de momentos marcantes.

O principal deles, claro, foi quando o tio louco do garoto Titta sobe numa árvore e não desce de jeito nenhum. Mais do que isso, ele começa um verdadeiro escândalo lá no topo, gritando a plenos pulmões que precisa de uma companheira: “Voglio una donnaaaaa!”

Tente não rir com a cena.

Crônicas · Língua Presa · Música

Essa tarde me senti em Encontros e Desencontros

Tem quase uma década que moro no oeste baiano e até hoje não digo que gosto daqui por completo. Longe disso. Sinto que não pertenço a esse lugar.

A essa hora, todos devem saber que o my bloody valentine assinou com a Domino Recordings e que há dois dias os discos da banda estão de volta ao streaming. Desde então, perdi as contas de quantas vezes ouvi o Loveless de cabo a rabo.

Precisei fazer uns corres para a empresa no final da tarde. Atravessei a cidade até o distrito industrial, e para isso, é preciso pegar a BR. Na direção do pôr do sol. A trilha sonora de todo o caminho foi o Loveless.

No instante que começou a tocar “Sometimes”, lembrei da cena de Encontros e Desencontros onde Charlotte e Bob voltam para o hotel de táxi, em uma madrugada movimentada de Tóquio.

Me senti como se estivesse no filme. A diferença é que Bob observava as luzes dos outdoors, postes, carros e tudo mais. Eu, ao contrário, tinha em frente somente a luz natural. Aquele céu gigantesco, que mesmo tão distante, parece conversar com quem o observa.

Eu não gosto daqui, mas admito: poucos lugares tem o pôr do sol tão belo quanto Luís Eduardo Magalhães.