Engraçado, poucos minutos após o compilado de singles do último post, eis que Iggy Pop resolve nos presentear com mais um aperitivo do seu próximo álbum: “Sonali”.
Curioso é que “Sonali” é o terceiro single do futuro disco e é a melhor canção liberada até agora.
Mais curioso ainda é que Free (o disco) apresenta uma faceta mais experimental do mestre. Mais um para entrar naquela lista de artistas que ficaram ainda melhores com o passar dos anos.
No dia 6 de setembro confirmaremos a expectativa. Ou não.
Mudando um pouco o formato para sair da mesmice, deixo abaixo alguns singles recentes que valem a pena o leitor conferir.
O Ruby Haunt, que já falei sobre aqui no blog algumas vezes, está com um disco saindo do forno e há alguns dias soltou o terceiro single desse projeto, “Curtain Call”. A canção segue a mesma ambientação nostálgica e melancólica das anteriores, do jeito que eu gosto.
Também com um terceiro single disponível, a parceria entre Mike Patton e Jean-Claude Vannier tem o suficiente para ser um dos trabalhos mais interessantes do ano. Versáteis e altamente criativos, a peça da vez é “Browning”. O álbum completo será lançado no dia 13 do próximo mês.
Por último, uma banda que ganhou status de cult nos últimos anos aqui na internet, a Cigarettes After Sex pode soar bem deprê no começo da audição, mas aos poucos o clima de intensa tristeza é absorvido e torna-se apreço. Etérea, calma e bem produzido, o som da banda remete ao Ruby Haunt, o que é um baita de um elogio.
“Heavenly” é a primeira amostra de Cry, o próximo trabalho do conjunto e que ganhará vida em 25 de outubro.
Há quem diga que não se fazem mais músicas boas como antigamente. Eu digo que é preguiça de procurar.
Em outubro de 2018, Anton Newcombe e sua gangue fizeram um show espetacular no O2 Kentish Town, em Londres. Para registrar a apresentação, a equipa da Cardinal Sessions acompanhou a banda, gravou, editou e postou por completo no Youtube as duas horas de pura catarse musical que aquele palco presenciou.
Totalmente em preto e branco e captando a essência do trabalho do The Brian Jonestown Massacre, é um registro daqueles que se tornam marcantes com o passar do tempo.
Aula de Matemática II. Estava usando o kit antissocial na universidade: roupa toda preta, postura desengonçada e fones de ouvido. “Edge of the World”, do Faith No More, tocava no celular.
Presente no clássico The Real Thing (1989), a canção possui uma levada jazzística e a voz de Patton, afiadíssima, proclama os versos que soam como um ritual sedutor entre um homem mais velho e uma jovem e bela mulher.
É daquelas músicas em que não se ouve parado. O corpo, desobediente, balança, a cabeça rodopia, os dedos estalam e os pés tocam um bumbo imaginário. Nesse estado, saí da sala em completo transe musical e fui ao banheiro urinar (deixa eu manter o palavreado moderado).
O resultado da situação, deixo ao leitor que conclua.
The Middle of Nowhere, o próximo disco do Ruby Haunt, chega por completo no fim desse mês, e para que o ouvinte tenha uma mínima noção do que esperar, uma segunda dose foi liberada para a audição.
Ouvir “Jeune” é como embarcar em um navio rumo à melancolia, daquela que, dependendo do estado, devasta o ser por dentro. Acompanhada de um videoclipe igualmente nostálgico, trinca até os corações mais sólidos e impenetráveis.
Não foi apenas a mudança de nome que a Kim Normal encontrou para seguir adiante os seu caminho. Ex-No Idea (leia sobre aqui), os antigos parceiros Carl Giannelli e Ethan Williams têm agora a companhia do baixista Conor McCarthy e, na formação de um power trio, a possibilidade de um trabalho melhor elaborado.
Porém, os amantes de um som mais sujo e caseiro podem se decepcionar.
“Piece By Piece” é o primeiro single de On Your Own Wave, LP de estreia do grupo, ainda sem data oficial de lançamento.
Manguebeat. O termo que revitaliza a música brasileira dos anos noventa. Que leva mundo afora a originalidade tupiniquim, o Chico e sua Nação, Fred 04 e o seu Mundo Livre, passeando do underground ao sucesso.
Da ponte aérea SPxPE, conhecemos Criança de Domingo. Escrita por Cadão Volpato, ex-Fellini e que à época liderava o Funziona Senza Vapore (1992), a canção que faz parte do único disco do projeto chegou aos ouvidos de Chico Science por Stela Campos, uma das integrantes da banda. Chico gostou tanto que a regravou para o segundo disco da Nação Zumbi, Afrociberdelia, de 1996.
A original, que só chegou à luz em 2002 (assim como todo o registro do Funziona Senza Vapore), bebe do pós-punk inglês. Já a regravação, mais lenta e melancólica, é moldada à forma do mangue, através de percussão e a guitarra de Lúcio Maia.
Da ponte aérea SPxPE, ganhamos a influência Inglaterra x Brasil. América do Sul x Europa. Tudo em um movimento só.
Ela quer ser o seu James Bond, repete Iggy. O baixo, em conjunto, dá o tom do balanço. Depois vem a guitarra, a bateria, o solo do trompete, tudo em ordem. Em nenhum momento Iggy se desprende, grita ou sai do tom. Um verdadeiro gentleman.
“James Bond” é o segundo single de seu próximo disco, Free, que sai do forno no início do próximo mês. O primeiro single, que leva o nome do álbum, você confere aqui, onde também deixo algumas impressões sobre o que espero desse disco.
É apenas para o ano que vem, mas já podemos considerar que o MR. BUNGLE ESTÁ DE VOLTA!
Uma das bandas mais inventivas e loucas que já pisaram nesse planeta, o Mr. Bungle foi o principal projeto do Mike Patton por anos, até assumir a frente do Faith No More (e uma infinidade de grupos posteriores).
Anunciado de forma oficial através de uma conta no Instagram, a banda performará, até agora, em seis datas de fevereiro de 2020. Além dos membros da formação original Patton, Trevor Dunn e Trey Spruance, dois ilustres convidados participarão das apresentações: Dave Lombardo (Slayer, Suicidal Tendencies, Fântomas) e Scott Ian (Anthrax).
Por enquanto, o principal set das apresentações será a demoThe Raging Wrath of The Easter Bunny, lançada em 1986 e que é puro death/thrash metal. Uma maravilha!
Caro leitor, aconteceu. A internet parou, os planetas pararam, a humanidade parou. O que muitos acharam que nunca mais aconteceria, finalmente saiu da imaginação e faz parte da nossa realidade: o Tool irá lançar sim um novo disco esse ano, no dia 30 de agosto, e hoje já podemos ouvir o seu primeiro single.
O novo trabalho já tem nome: Fear Inoculum, e a faixa-título foi liberada para audição. São dez minutos de viagem ao inconsciente, como toda a obra do grupo.
É difícil falar sobre o Tool sem deixar a emoção de lado, pois é a minha banda favorita. É música que transcende a experiência do sentir. Ao finalizar a audição, fiquei estático olhando para o computador de tanta emoção.
Mal posso esperar pelo disco completo, porém, paciência. Ao menos, ainda bem, já sabemos que ele chegará.