Direto do Forno · Música

O novo do Junodream: Terrible Things That Could Happen EP

Estranho o suspense que se desenhou até o lançamento oficial do EP completo, pois cada canção foi disponibilizada por vez, em um intervalo, digamos, curioso, já que o trabalho é composto por apenas três músicas. Não seria mais prático disponibilizá-lo inteiro de uma vez? Enfim, vamos ao principal.

Curiosamente, a última delas, “Sweet Nothing”, é a mais sem graça. Toda energia nostálgica que se firma na faixa-título, recheada de distorção e lamentos e é mantida na sequência, “Odd Behavior”, é contrastada na derradeira canção de encerramento, com um andamento mais lento e sem tanta sujeira nas guitarras e mais melancólica que o necessário.

Ainda sem um disco cheio em seu catálogo, a Junodream já tem um público base e uma identidade. Agora só falta desenvolver melhor a sua música, que já é capaz de encantar os ouvintes mais atentos.

1. Terrible Things That Could Happen
2. Odd Behaviour
3. Sweet Nothing

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Direto do Forno · Música

Bruce Springsteen – Hello Sunshine (Single)

O mestre Bruce (o verdadeiro) está de volta com um novo trabalho, cinco anos após High Hopes, seu último lançamento com material inédito.

Para anunciar Western Stars, o novo disco, uma de suas canções foi liberada para o nosso deleite. “Hello Sunshine” é de uma melodia deliciosamente calma e ideal para pegar a estrada, como propõe seu lyric video.

A data estipulada para o álbum completo é 14 de junho.

Garimpo · Música

Garimpo: Devilish Dear – Appalish EP

Foram três anos sem nenhum trabalho do Devilish Dear até a chegada do curto EP Appalish, pela midsummer madness, no início de abril.

São três canções ao todo. A inicial, “Glass React”, é a melhor e estará no segundo disco do conjunto brasileiro, ainda sem nome ou data de lançamento.

Para quem gosta de experimentação, com muita guitarra e efeitos eletrônicos, vale a audição. Dá para garantir o EP por apenas UMA LIBRA (pouco mais de 5 reais). Uma pechincha perto da qualidade do disco.

Direto do Forno · Música

Courtney Barnett – Everybody Here Hates You/Small Talk (Single)

Courtney Barnett é um dos nomes da música alternativa que mais despontam nos últimos anos, e não é por menos. Seja em carreira solo ou na parceria com Kurt Ville, a australiana entrega um trabalho de primeira: despretensioso, bem feito e o mais importante, divertido.

Para o Record Store Day, ela compilou num único single dois b-sides de seu disco mais recente, Tell Me How You Really Feel, lançado em maio do ano passado.

Nomes como Pavement e Dinosaur Jr. são facilmente detectados em sua música, e com uma presença forte à frente de sua banda, Courtney tem potencial para manter o alto nível por vários anos.

Ouça abaixo o single “Everybody Here Hates You/Small Talk”, um pequeno aperitivo e porta de entrada para acompanhar seus outros lançamentos.

 

 

Diversos · Língua Presa · Música

Domingo de Páscoa

“Domingo de Páscoa”, do álbum Só Vive Duas Vezes, do Fellini. Já escrevi um breve texto sobre o disco aqui.

Cadão Volpato é ótimo em criar cenários em suas canções, mesmo com letras tão desconexas. E a canção tem tudo a ver com o feriado do final de semana.

O blog retorna após o mesmo, na segunda. E lembre-se: depois do domingo de páscoa, a segunda é o dia. Tudo volta ao normal.

“Depois do Domingo de Páscoa,
Segunda é o dia
Olhar uma por uma todas as quaresmeiras
É só o galo cantar e acordar o seu Pinto
Não é todo dia que se tem a vida inteira
O sol se levanta quando alguém cai da cama
As mulheres correndo que o ônibus vem vindo
Os judeus numa boa e os cachorros latindo”

Diversos · Língua Presa · Música

Adeus, Mark Hollis

O Talk Talk nasceu em Londres, no ano de 1981, em meio à febre do synthpop, onde os sintetizadores eram os principais regentes das canções. (Bandas como o A-ha, Eurythmics, Soft Cell e Tears For Fears são ótimos exemplos do estilo.)

Formada por Mark Hollis (guitarra, piano e voz), Lee Harris (bateria) e Paul Webb (baixista) e embarcando nessa onda, o sucesso veio rápido, com alguns singles estourando em vários países ao longo da Europa. No terceiro disco, The Colour of Spring, as mudanças começaram. As melodias ficaram mais complexas e as letras de Hollis mais reflexivas, o que não impediu o estouro de músicas como “Like’s What You Make It” e “Living In Another World”, por exemplo.

A partir de Spirit of Eden, de 1988, a casa caiu de vez. Trocando os sintetizadores e melodias pop por longos improvisos jazzísticos e experimentações sonoras com camadas e atmosferas mais sombrias, o Talk Talk atingiu o ápice de sua criatividade, principalmente no álbum seguinte, o quinto e último da discografia da banda: Laughing Stock, lançado em 1991. Poucos meses depois, a banda encerrou suas atividades.

Sobre as vendas, foram decepcionantes se comparadas aos trabalhos anteriores. Porém, isso é o de menos. Os dois discos são considerados precursores do que conhecemos hoje como post-rock (junto ao Spiderland, do Slint) e citados como dois dos maiores álbuns lançados durante aquele período.

Em 1998, Mark Hollis aventurou-se em uma carreira solo e lançou um único disco auto-intitulado. Foi seu último trabalho antes de se aposentar da indústria da música.

Há pouco menos de dois meses, em 25 de fevereiro e aos 64 anos, Hollis veio a óbito.

Se eu fizesse uma lista com os dez melhores discos que já ouvi até hoje, sem dúvida alguma, Laughing Stock estaria na primeira metade.

Direto do Forno · Música

Junodream – Odd Behaviour (Single)

Próximo ao lançamento oficial do EP Terrible Things That Could Happen (leia aqui), cuja tracklist é de três canções somente, conhecemos “Odd Behaviour”, a segunda parte desse trabalho.

Nostalgia é o que mais evoca o som do Junodream, que tira inspiração das bandas tristes que potencializaram o rock alternativo dos anos noventa. As guitarras praticamente choram ao acompanharem os lamentos do vocalista.

Uma ótima banda para ficar de olho nos próximos anos.

Direto do Forno · Música

Azymuth – Juntos Mais Uma Vez (Demo)

Advindos de uma época frutífera da música brasileira, o grupo carioca Azymuth prepara um material digno de colecionador para o próximo mês: um compilado de demos gravadas no período em que a banda engatinhava seu primeiro álbum, lá no início dos anos setenta.

O disco duplo intitulado Demos (1973-75) Volumes 1&2 resgata dezesseis canções gravadas em sessões caseiras, ou seja, que não foram trabalhadas em estúdio. Como aperitivo, você pode ouvir a faixa “Juntos Mais Uma Vez”, a única disponível até então para audição. Trata-se de um samba jazz instrumental que escancara o talento de altíssimo nível dos integrantes do trio.

Não vem ao caso o fato do Azymuth ser mais reconhecido no exterior do que em seu país natal, afinal, é comum aqui no Brasil enaltecer o estrangeiro e desvalorizar o que é conterrâneo.

A Far Out Recordings é a gravadora encarregada pela distribuição do disco, que chega por completo no último dia de maio deste ano.

Diversos · Garimpo

Garimpo: Jack Kerouac no Steve Allen Show (1959)

Não é a praia do blog, eu sei, mas Jack Kerouac é o meu escritor favorito e essa pérola que encontrei merece um espaço por aqui.

Em 1959, Jack foi convidado do Steve Allen Show, um talk show da época. É interessante ver o escritor em seu estado natural, tímido, contido, diferente daquele que encantou o mundo em livros como On The Road ou Big Sur, sempre alucinado, empolgante, sob efeito de álcool e afins.

São quase quatro minutos mágicos em que vemos Jack Kerouac proclamando versos do final de sua obra-prima, On The Road, acompanhado pelo apresentador que toca um blues em seu piano, encaixando de forma perfeita com a leitura.

Bom final de semana.